Para que uma obra seja executada de maneira eficiente e o investimento seja vantajoso gerando os lucros esperados no final, é preciso levar em conta e saber, de forma precisa quais serão os custos em cada etapa construtiva. Dessa maneira, é possível analisar o quanto de lucro a obra pode trazer depois de construída e, por essa razão, é tão importante que se faça e se otimize o orçamento na construção civil.

Qualquer engenheiro que atue no campo de obras e construções, sabe que o orçamento é uma das ações mais relevantes em um projeto. Esse documento serve para avaliações iniciais em uma tomada de decisão sobre a implantação de um determinado empreendimento, no caso de orçamentos estimativos elaborados em avaliações iniciais, e até detalhamentos finais para a execução da obra propriamente dita, quando são elaborados os orçamentos analíticos.

Apesar de muitos profissionais da engenharia saberem que se trata de uma etapa fundamental, ainda cometem erros que acabam interferindo no orçamento. Cálculos errados podem repercutir negativamente no cumprimento do cronograma e dos valores globais estabelecidos para a execução dos serviços, com impactos até mesmo sobre a qualidade da obra, e consequentemente no lucro gerado.

Por isso, para que falhas sejam evitadas no orçamento de uma obra e que os investimentos sejam otimizados é importante aprender ou estar ciente desses 4 passos:

1- Faça uso da tecnologia para fazer orçamento e gerenciamento de obras


A melhor maneira para conseguir um bom retorno no investimento em uma obra é com um orçamento eficiente. Mas, para que isso ocorra é preciso repensar as formas tradicionais de se fazer um orçamento na construção civil e começar a aderir soluções tecnológicas no momento de calcular custos e consumos.

Para facilitar o trabalho do profissional da engenharia existem softwares próprios para orçamento de obras e neles é possível encontrar uma infinidade de recursos que permite uma melhor segurança, confiabilidade e precisão. Um exemplo de recurso é a atualização e condensação de várias tabelas referenciais, facilitando a consulta e o uso na hora de compor os custos.

Outra atribuição do uso da tecnologia é o ganho de velocidade e produtividade, já que os cálculos são feitos de maneira rápida e assertiva, além de apresentar e guardar todas as informações necessárias para que possam ser acessadas facilmente a qualquer momento. Além disso, é possível gerar relatórios e gráficos de custos, o que facilita a tomada de decisões na hora de avaliar o que mais impacta financeiramente a obra.

Alguns softwares também ajudam no gerenciamento da obra, possibilitando aos profissionais acompanhar e agir de forma rápida e antes de surgirem os problemas. Eles também possibilitam uma melhor comunicação entre os trabalhadores, aumentando a precisão do controle de tudo que é realizado no canteiro de obras.

Por meio da tecnologia, é possível evitar retrabalhos e atrasos no cronograma, o que, no fim das contas, facilita para manter o orçamento em dia. Em diversos casos também é possível utilizar softwares que tenham módulos especializados desde o orçamento até o gerenciamento, melhorando ainda mais a confecção, integração, acesso e acompanhamento de todos os dados relevantes.

2- Conheça a realidade do local de implantação da obra


Uma simples visita de campo malfeita pode acabar gerando erros no orçamento. Por mais que não seja uma obrigação do orçamentista fazer correção nos projetos de arquitetura e engenharia, nada impede que esse profissional que contém todos os projetos faça uma visita de campo para reconhecimento da área de implantação do empreendimento.

Pode ser que em certas situações algumas informações importantes como por exemplo, o relevo, o tipo de solo local e a ocorrência de áreas alagadiças, não tenham sido explicitadas no projeto de forma clara. Também pode acontecer casos em que os projetistas não tenham levado em consideração a forma do terreno, que normalmente não vai ser um retângulo perfeito, ou ainda que algum vizinho tenha construído algo, como um muro, nas extremidades ou dentro do terreno.

Todas as informações que não foram descritas e analisadas por outros profissionais, terão um custo para ser adequado na hora da execução. Portanto, é bem mais fácil e barato refazer algumas partes dos projetos do que construir do jeito que foi inicialmente pensado. E é na etapa do orçamento que isso fica melhor evidenciado.

A visita de campo também é de suma importância para conhecer as condições do entorno e o mercado local. Verificar se existem jazidas próximas à área de implantação ou condições de acesso ao local por exemplo, é essencial para definição correta do tipo, valores e tempo dos transportes, como também a escolha dos fornecedores.

Verificar esses dados in loco tornará as aproximações mais realistas, evitando a ocorrência de interferências e gargalos durante a execução dos serviços. Por isso, quanto mais o profissional responsável souber sobre a obra, o terreno e as condições da região, mais preciso e certeiro serão os custos calculados.

3- Esteja atento ao uso de tabelas referenciais


Para saber o custo da mão de obra, dos materiais e de todas as informações necessárias para execução, é preciso cotar os valores diretamente com os fornecedores e representantes. No entanto, fazer isso, principalmente em obras de grande porte, é uma tarefa impossível e que levaria um tempo enorme.

Dessa forma, é bastante comum a utilização de tabelas referenciais para elaboração de orçamentos, principalmente se tratando de obras públicas. A tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – Caixa (SINAPI) e SICRO (DNIT), são excelentes exemplos de tabelas referenciais de abrangência nacional, muito utilizadas pelos profissionais da área de orçamento.

Apesar de serem uma ótima fonte referencial para composição do orçamento na construção civil, alguns dos itens dessas tabelas podem apresentar diferenças nos seus preços unitários se comparado aos preços efetivamente praticados no mercado. Algumas até possuem uma separação dos preços por estado, mas é comum que, em diferentes regiões de um mesmo estado, os preços unitários sejam variados.

Sendo assim, a recomendação é que o profissional tome cuidado ao utilizar as composições de preços unitários dessas tabelas referenciais, a fim de não adotar em seu orçamento valores muito menores ou além do preço praticado na região onde a obra será executada.


A dica para estas situações é utilizar os preços das tabelas principalmente em etapas e itens que não representam um grande custo. E, sempre que possível, nos itens de maior gasto e que variam muito de acordo com cada região, buscar um fornecedor local, próximo a obra, para fazer um comparativo de preço e saber se as informações das tabelas não estão muito destoantes da realidade.

4- Detalhe ao máximo os custos unitários e cuide com os arredondamentos


Para compor o custo unitário de um determinado serviço, uma prática comum é a adoção de valores médios de custos com a produtividade e de consumo de insumos. Além disso, algumas simplificações são admitidas para o cálculo dos custos de depreciação e manutenção de máquinas e equipamentos.

Para que haja mais precisão nos orçamentos, é indispensável que esses valores médios sejam constantemente revisados, adotando-se os valores reais que a construtora costuma alcançar. Isso aproximará ainda mais o que foi orçado daqueles que serão efetivamente executados.

Outro detalhe importante em um orçamento na construção civil é balancear os arredondamentos, para que no fim das contas haja uma compensação. Por exemplo: o cimento é vendido comercialmente em sacas de 25 quilos, mas se no quantitativo da obra consta que será necessário, para uma etapa, 30 quilos, é preciso realizar um arredondamento e comprar 2 sacas.

Se em outra parte da construção for necessário somente 20 quilos de cimento, isso possibilita um arredondamento para baixo, já que sobrou essa exata quantidade da primeira etapa. Dessa forma, há um menor desperdício e o cálculo do custo dos insumos fica mais realista.

O cálculo da demanda de materiais de cada processo construtivo também precisa ser feito corretamente. Por isso, é sempre recomendável checar se os valores são coerentes e realistas, para que não seja orçado um custo inferior ou superior em determinada etapa da obra.

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Fonte: Mobuss Construção

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