A construção civil gera movimentação na economia do Brasil anualmente, além de expandir o setor imobiliário, mas, existe uma preocupação nesse meio. Toda obra produz um volume elevado de resíduos sólidos e essa quantidade afeta o meio ambiente, coloca os funcionários da construção em risco e provoca alto custo de descarte.

Segundo os dados da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição (Abrecon), a proporção de resíduos pode chegar a representar de 50% a 70% do material desperdiçado em áreas urbanas. Esse alto índice causa prejuízos à sustentabilidade, por isso, é importante dar um destino adequado ao entulho tendo em vista que, essa atitude faz parte da legislação e precisa ser um ponto de atenção entre os responsáveis pela construtora.

Sendo assim, realizar um plano de gerenciamento de resíduos pode evitar diversos problemas, inclusive de multas ambientais. Uma execução bem feita desse plano precisa contemplar todo o ciclo dos materiais, desde a separação dos resíduos, em que há materiais que são facilmente recicláveis, como vidros, plásticos e metais, até o planejamento da logística para retirá-los do canteiro de obras e transportá-los para as usinas de reciclagem.

A legislação


Para que a construção civil esteja de acordo com as normas previstas na legislação a construtora deve fazer um Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC). Esse planejamento informa a quantidade de materiais descartados e a melhor forma de dar um destino correto aos resíduos.

Esse projeto atende a resolução 307 do CONAMA, que estabelece que os entulhos gerados na obra precisam ser destinados adequadamente. Esse descarte é de responsabilidade do gerador, ou seja, da empresa que está executando a obra. Além disso, a resolução determina que os projetos de construção só serão aprovados pelas prefeituras caso tenham um PGRCC. Nesse plano, o construtor precisa determinar a quantidade de todos os resíduos por classe, como e onde serão descartados.

Toda essa exigência tem o objetivo de garantir que tudo será feito de modo ambientalmente correto. Caso uma empresa não destine os entulhos adequadamente, estará cometendo um crime ambiental e pode ser punida.

Por que fazer um plano de gerenciamento de resíduos?


Existem diversos motivos, mas, os principais são: o risco de multas que envolvem a preservação do meio ambiente; diversos engenheiros que ultrapassam a barreira legal; o legado que pretendemos deixar para as próximas gerações.

A construção civil é uma atividade extremamente impactante, por isso, é fundamental que as empresas pensem em sustentabilidade e fomentem ações que visem reduzir o impacto ambiental de suas atividades. Ser sustentável é uma maneira de cuidar do futuro do planeta, cumprir a lei e economizar recursos.

Portanto, vale ressaltar outros motivos que destacam a importância de realizar um gerenciamento de resíduos, sendo:


Respeito ao meio ambiente


Os resíduos da construção civil, quando descartados incorretamente, causam grandes problemas ao meio ambiente. Isso acontece com a poluição de rios e córregos nas cidades, contribuindo para enchentes que afetam boa parte da população.

Gerenciar os resíduos da construção civil é uma forma de manter o desenvolvimento do país e ao mesmo tempo sem ser prejudicial a sustentabilidade.

Responsabilidade social


O entulho de uma obra particular pode afetar a vida de quem não tem relação alguma com a construção. Os resíduos mal armazenados podem acumular água e se tornarem foco de insetos causadores de doenças como febre amarela, dengue, entre outras.

Outro prejuízo é que, quando uma construtora faz o descarte de forma inadequada, existe a necessidade de que o poder público faça a limpeza do local para preservar a saúde da população. Dessa maneira, o governo deixa de aplicar os recursos públicos em outras áreas mais urgentes.

Esse descarte incorreto, além da possibilidade de causar danos físicos aos cidadãos comuns, polui o visual das cidades. Isso acontece porque em muitos casos os resíduos são depositados em áreas clandestinas, geralmente próximo às rodovias.

Segurança para os trabalhadores na obra


O gerenciamento adequado dos resíduos garante mais segurança aos trabalhadores da obra. Quando o descarte correto deixa de ser uma preocupação, os trabalhadores ficam expostos de diversas maneiras no canteiro de obras, como:

- Agentes físicos: o descarte incorreto pode trazer o risco de exposição ao ruído, infrassom, ultrassom, temperaturas extremas, vibrações, pressões anormais e radiações. Essa exposição pode causar cansaço, irritação e até mesmo queimaduras ou doenças mais agressivas a longo prazo.

- Agentes químicos e biológicos


Os resíduos podem ser agressivos através de agentes químicos, como poeira, fumos, neblinas e névoas, gases ou vapores. Fungos, bactérias, parasitas e protozoários também podem afetar os trabalhadores. Esses dois agentes causam sérias doenças como infecções, irritações e contaminações.

- Riscos de acidentes


Quando os resíduos estão expostos de maneira incorreta, aumenta o risco de acidentes de trabalho. Isso acontece porque os trabalhadores precisam fazer um esforço maior para contornar entulhos, o que pode gerar imprevistos e risco à saúde.

- Grande economia


De acordo com os dados retirados da Abrecon em 2017, cerca de 70% do lixo sólido oriundos da construção civil poderiam ser reciclados. Ou seja, cerca R$8 bilhões por ano são desperdiçados pela falta de reciclagem. Esses números indicam que as construtoras estão desperdiçando recursos financeiros com o lixo, quando poderiam reaproveitar materiais e gerar mais rentabilidade. Estabelecer um plano de gerenciamento de resíduos também pode ser uma saída para economizar e poupar o meio ambiente.


Além dos resíduos da construção, a utilização inteligente de água e energia elétrica contribuem com uma grande economia no valor final da obra. Existem muitas formas de reaproveitar a água no canteiro, muitas vezes utilizando ações simples do dia a dia.

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Fonte: Mobuss Construção

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