O concreto protendido é uma técnica de execução que tem como objetivo inserir em uma estrutura de concreto tensões capazes de melhorar a sua resistência. Dessa forma, a armadura de aço sendo cordoalha ou fio sofre um pré-alongamento, aplicando um esforço de compressão inicial no concreto.


Nesse sentido, o processo é desenvolvido com o posicionamento das cordoalhas no local de concretagem, que atravessam toda a estrutura, com sua posição definida a partir da solicitação do momento fletor. Depois o aço é pré ou pós tracionado conforme a técnica escolhida em projeto.

Elaborando um sistema autoequilibrado de esforços, a técnica é utilizada para aproveitar todo o potencial que o concreto tem de suportar a compressão e diminuir de maneira significativa as fissuras geradas pela tração. É um processo com excelente custo-benefício e capaz de aumentar consideravelmente a vida útil da estrutura.

Concreto protendido X Armação convencional


Apesar das duas técnicas servirem para um único fim, há uma diferença fundamental entre os dois processos. No concreto armado a armação trabalha de forma passiva, ou seja, não há pré alongamento. Por outro lado, no concreto protendido as barras de aço são caracterizadas como armaduras ativas.

Tipos de concreto protendido


Pré-tração (aderente)

Nesse modelo, o pré-alongamento da armadura é feita antes que o concreto seja lançado, utilizando apoios independentes do elemento estrutural. Essa ligação da armadura só é desfeita depois que ele é curado e, dessa forma, a ancoragem ocorre por aderência entre os materiais.

Pós-tração (aderente)


No caso da pós-tração, as armaduras ativas são cordoalhas nuas e alocadas dentro de bainhas que as isolam do concreto. Após a concretagem e cura até a resistência desejada, as cordoalhas são tracionadas e ancoradas nas extremidades da peça estrutural. A aderência é criada posteriormente por meio da injeção de nata de cimento no interior das bainhas.

Pós-tração (não aderente)


Nesse caso, a cordoalha utilizada é engraxada - a camada de graxa cobre a cordoalha nua, que depois é revestida com uma camada plástica de alta densidade.

Após a concretagem e cura até a resistência desejada, as cordoalhas são tracionadas e ancoradas nas extremidades da peça. O aço fica permanentemente sem aderência com o concreto durante toda a sua vida estrutural. A capa plástica adere a ele e a graxa permite livre movimentação da cordoalha na estrutura.


Quando o concreto protendido é recomendado?


Este tipo de técnica pode ser empregada em vários casos. É uma solução muito indicada para vencer grandes vãos e para peças pré-fabricadas, principalmente quando se prevê uma carga de esforço de flexão elevada. Sendo assim, ele é muito indicado para obras que se encaixam nessas características:

Pontes;


Viadutos;

Passarelas;

Estacas pré-moldadas;


Vigotas pré-fabricadas para laje;

Peças pré-fabricadas para edifícios e casas;

Dormentes para ferrovia.

Vantagens


Economia na obra


Normalmente, profissionais envolvidos na construção civil são procurados com o intuito de encontrar formas mais baratas e eficientes que consigam resultados iguais ou superiores às opções anteriores.

Nesse caso, o aço protendido é, no mínimo, 150% mais resistente que o aço convencional.

Portanto, a obra precisa de menos aço para conseguir o mesmo reforço na estrutura. Uma redução significativa se você levar em conta a representatividade do piso no orçamento total.

Agilidade na obra


Como o concreto protendido é muito adequado para peças pré-fabricadas, a técnica pode ser utilizada para a fabricação na indústria e depois transportada para o canteiro de obra. Além de colaborar na economia desses processos, a ampliação do uso desse tipo de peça pode agilizar a obra e reduzir o prazo de conclusão.

Utilização de menos pilares


O concreto protendido possibilita a criação de vãos com intervalos muito maiores entre os pilares. Essa característica traz mais liberdade e possibilidades para o projeto arquitetônico, dando um toque diferenciado na obra sem comprometer a resistência da estrutura.

Aumento da vida útil


Obras que utilizam a técnica podem durar mais e exigir menos gastos com manutenção ao longo do tempo. Isso porque o modelo suporta mais esforço por flexão reduzindo as tensões de tração.

Isso significa menos deformações e menos fissuras no concreto. Essa é uma vantagem tão importante que a protensão pode ser usada, inclusive, na recuperação e no reforço de estruturas comprometidas.

Principais erros


Posicionamento errado das cordoalhas na forma;


Extrapolação da carga máxima permitida na hora de aplicar a tração, o que pode provocar ruptura ou defeito na cordoalha;


Manuseio descuidado do material utilizado que resulte em pontos frágeis na estrutura;


Omissão no pós-obra, não informar aos usuários da edificação sobre os riscos de perfuração na laje ou viga que atinjam as cordoalhas, principalmente ao não disponibilizar uma planta com o posicionamento correto de todas elas.

Como toda obra, a experiência e a atenção na hora de executar esse processo pode garantir todas as vantagens sem deixar que possíveis aconteçam. Por isso, se você atua na área da engenharia e deseja aprofundar seus estudos nessa técnica saiba que o Instituto Monte Pascoal conta com o módulo de Estruturas de Concreto Protendido I, II, e III. Conheça e se matricule na especialização em Engenharia de Estruturas e Engenharia Geotécnica "Dupla Certificação". Obtenha dois certificados em menor tempo e seja um (a) especialista no assunto.


Fonte: Senior Mega

Imagem: 123RF