Investigadores da Universidade de Brown desenvolveram um novo método para o fabrico mais rápido e eficiente de células solares de perovskita.

Este material, constituído por óxido de cálcio e titânio (CaTiO3) que ocorre naturalmente em rochas metamórficas, possibilita a obtenção de painéis solares finos, flexíveis e de baixo custo, passíveis de serem facilmente integrados em fachadas de edifícios e outras estruturas.

Com este novo método, os cristais artificiais de perovskita são obtidos através do recurso a um banho de solvente, à temperatura ambiente, da matéria prima, em vez da submissão a uma intensa onda de calor a que os métodos tradicionais de cristalização recorrem.

O processo é conhecido como "Extração Solvente-Solvente" (SSE) e consiste na dissolução dos percursores da perovskita num solvente (N-metilpirrolidona), sendo este depois aplicado sobre a camada de substrato.

Em vez de aquecido o substrato é então banhado num segundo solvente, éter dietílico, que promove a "lavagem" do primeiro. O material resultante consiste num filme de configuração uniforme de cristais de perovskita.

Um estudo publicado no "Journal of Materials Chemistry A" indica que a técnica, que abre as portas à produção massificada do material, permite o fabrico de cristais de muito elevada qualidade e o controlo exato sobre a espessura das películas de perovskita finais.

Ao contrário das placas de silício usadas em painéis solares convencionais, as películas de perovskita possuem um custo reduzido, no entanto, tradicionalmente, a sua eficiência era significativamente mais baixa.

Nos últimos anos foram desenvolvidos novos processos de fabrico que permitiram o refinamento funcional dos painéis fotovoltaicos de perovskita, obtendo-se valores de eficiência que rondam os 20%, uma marca muito próxima daquela que pode ser obtida com painéis fotovoltaicos convencionais.


Fonte: Engenharia Civil