A Universidade de Tecnologia MARA (UiTM), na Malásia, está a estudar a viabilidade de integração de lamas recicladas provenientes de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) em misturas de concreto para uso na construção.

Apesar de parte das lamas de ETAR ser tradicionalmente aproveitada para o setor agrícola devido ao seu elevado conteúdo de matéria orgânica e às suas propriedades de controlo da acidez do solo ou ainda para integração em sistemas de compostagem, existem ainda milhares de toneladas daquele resíduo, produzidas diariamente, que são conduzidas diretamente para aterros.

O estudo realizado pelos investigadores da UiTM poderá permitir a produção de concreto mais ambiental e sustentável, através da integração de diferentes percentagens de lamas recicladas em função do tipo da aplicação na construção.

Antes de poderem ser integradas na mistura de concreto, as lamas têm de sofrer um processo de transformação que as vai tornar mais reativas.

Para tal, as lamas são secas e incineradas, de forma a remover toda a humidade remanescente e trituradas obtendo-se um material denominado Pó de Lamas de Esgotos Domésticos (DWSP).

A variação da percentagem de integração daquele pó (entre 3% e 15%) influencia, entre outras, as propriedades de resistência à compressão, durabilidade, permeabilidade à água e sais e capacidade de absorção de água do elemento de concreto produzido.

Os investigadores concluíram que é viável a utilização de Pó de Lamas de Esgotos Domésticos, especialmente em percentagens mais reduzidas, como substituto parcial do cimento Portland.

No entanto o desenvolvimento de processos de fabrico que permitam a produção de pó de melhor qualidade, que requerem, no entanto, o uso de temperaturas de incineração mais altas, poderá possibilitar a integração do pó em quantidades mais elevadas, sem degradação significativa das propriedades resistentes.

Fonte: UiTM | Imagem (adaptada/ilustrativa): via Flottweg SE

Fonte: Engenharia civil