Investigadores da Universidade Curtin em Perth, Austrália, estão a estudar a influência do uso de geopolímeros, materiais obtidos por ativação alcalina, na resistência ao fogo de painéis de concreto armado. Os geopolímeros utilizados foram cinzas volantes, subprodutos da operação de centrais termoelétricas a carvão, conhecidos pela sua elevada durabilidade e resistência a temperaturas elevadas.

Embora as propriedades do concreto com integração de cinzas volantes tenham sido, nos últimos anos, alvo de múltiplos estudos, estes utilizaram, na sua grande maioria, os tradicionais provetes laboratoriais cilíndricos ou paralelepipédicos. Pelo contrário, no novo estudo na Universidade Curtin, os ensaios foram realizados em elementos estruturais com geometrias mais próximas daquelas que se utilizam em obras de Engenharia Civil.

Os resultados permitiram concluir que painéis de concreto armado, com espessuras entre 125 mm e 175 mm, fabricados com concreto com elevada integração de cinzas volantes, transferiam o calor de forma muito mais rápida que elementos similares executados com concreto corrente de cimento Portland.

Sob a ação do fogo e sujeitos a temperaturas próximas dos 1000ºC durante cerca de duas horas, os painéis fabricados com concreto de cinzas volantes apresentaram uma incidência significativamente inferior de fissuração e escamação.

Além disso, após o ensaio ao fogo, verificou-se que os painéis de concreto com cinzas volantes mantinham até 71% da sua capacidade de carga, um valor substancialmente superior aos 53% verificados nos painéis de concreto tradicional.

O estudo da Universidade Curtin, dedicado ao concreto com cinzas volantes, insere-se num vasto programa de investigação dedicado aos concreto ecológicos, patrocinado pelo Governo Australiano, que visa a adoção antecipada pela indústria da construção australiana de materiais e soluções construtivas mais sustentáveis. De notar que o fabrico de uma tonelada de cimento Portland origina, em média, a libertação de cerca de uma tonelada gases poluentes para a atmosfera.

Fonte e Imagem (adaptada): Universidade Curtin via Scitech

Fonte: Engenharia Civil