O avanço da tecnologia chega cada vez mais rápido na área da construção civil. Modelos de casa considerados de baixo custo como por exemplo, as casas de pau a pique ou até mesmo as casas de alvenaria, agora contam com uma nova versão as casas feitas através de impressão 3D com um valor de construção considerado abaixo do convencional. Confira um pouco sobre como funciona a ideia das casas 3D.


Várias instituições e empresas já estão desenvolvendo casas com produção em impressora 3D e uma delas é a New Story, uma organização sem fins lucrativos que desenvolveu o protótipo desta casa popular em El Salvador, na América Central.


Embora seja costume as casas levarem um tempo para serem construídas, a produção de casas impressas em 3D é feita de forma bem rápida. Em El Salvador, foi construído um bairro inteiro para famílias de baixa renda a partir desta tecnologia. Por lá, cada casa terá em média 35 metros e levaram apenas 48 horas para ser construída.

Além disso, a instituição New Story, apresentada ao público recentemente, mostrou o projeto realizado no festival South by Southwest - SXSW.

Outra organização que decidiu realizar a produção de casas 3D foi a startup italiana WASP, na qual, desenvolveu o projeto chamado Gaia, que consiste em construir uma casa no formato de cabana utilizando a tecnologia de impressão 3D.


De acordo com o orçamento da startup cada construção ficaria em média US$ 1mil. Se for comparar o valor estimado é menor do que o preço de um iPhone XS Max, que nos Estados Unidos está custando à partir de US$ 1.099.


Segundo informações do site Digital Trends, que entrevistou o presidente da empresa, o material das casas combina concreto para a fundação, e um composto de terra, sendo argila, lodo, areia, além da palha de arroz e casca de arroz para todo o resto. O telhado é feito com madeira. Mas, é a impressora 3D que faz o trabalho mais pesado e de forma rápida, pois, a construção da primeira unidade levou 10 dias para ser concluída.


"As fibras naturais permitem [minimizar] o encolhimento da mistura seca e conferem resistência mecânica à parede em camadas. Ao usar o moinho úmido, a mistura bruta atingiu uma interessante plasticidade homogênea que permite uma boa resolução na textura impressa", explicou Massimo Moretti ao site Digital Trends.


Outro detalhe interessante nas casas que usam essa tecnologia é que de acordo com Moretti elas não necessitam de sistema de aquecimento ou de ar-condicionado, pois, são capazes de manter a temperatura equilibrada.


O site da empresa esclarece que o projeto da casa durou dois anos para sair do papel. A startup também está avaliando maneiras para entrar no mercado da construção. Sendo assim, até o momento a empresa não vende casas impressas em 3D.


Casas com luxo e impressão 3D


Apesar de empresas usarem a tecnologia com o objetivo de construir casas com custos baixos, outras empresas têm objetivo de elaborar casas 3D mais luxuosas e com um custo maior. É o caso da haus.me que além de usar casas ousaram na sustentabilidade e incluíram a energia solar.


A empresa já possui três modelos de casa disponíveis a mOne, de 37 m², a mTwo, de 74 m² com dois quartos; e a mFour; um modelo de 148 m². A empresa ucraniana disponibiliza casas inteiramente sustentáveis, com toda a mobília já inserida, contendo até taça de vinho inclusa.

O polímero utilizado para fazer a casa, segundo a empresa, é resistente o bastante para suportar terremotos e furacões. A casa também pode ser controlada remotamente por um dispositivo eletrônico e detecta problemas que podem exigir manutenção.


Por ser uma casa sustentável, mas, luxuosa o preço não é barato, o modelo mOne, por exemplo, custa 199 mil dólares, equivalente a 880 mil reais, e vem com algumas comodidades como um sistema de purificação de ar. O "sistema antizumbis" dito pela própria empresa inclui sensores de movimento e câmera externa com sistema de reconhecimento facial. A mTwo custa 379 mil dólares, aproximadamente 1,6 milhão de reais, e a mFour custa 1 milhão de dólares.

Outra curiosidade é que a casa pré-construída não precisa de autorizações de construção e fundações, para a mOne e mTwo e permite customização de cores da casa e a decoração interna. Há a possibilidade de exigir seguro de cinco anos ou um vitalício, com a possibilidade de um modelo com manutenção gratuita.

A empresa ressalta que esse tipo de casa consegue se manter em regiões urbanas ou em regiões remotas como próximas a montanhas, no meio de uma floresta, perto de oceanos ou até mesmo em áreas de desastres globais.

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Fonte: Engenharia É / UOL e Estadão

Imagem: WASP