Geólogo lista o que deve ser considerado do ponto de vista geotécnico e ambiental ao adquirir um terreno para construção. Situações de Cunho Geológico, Geotécnico e Ambiental a Serem Preventivamente Investigadas na Aquisição ou Utilização de um Terreno.

Objetivo: A investigação prévia de situações de cunho geológico, geotécnico e ambiental que possam criar problemas futuros para a plena e livre utilização construtiva de um terreno é essencial na prevenção de prejuízos financeiros, patrimoniais e de imagem institucional.

- Comprovação de existência ou não, no interior da gleba e em seus entornos, de nascentes, cursos d'água, altura limite de morros, declividades limite de encostas, etc., enfim de todas as feições naturais que teoricamente possam determinar a delimitação de APPs - Áreas de Preservação Permanente nos termos do Código Florestal em vigor.
- Comprovação ou não da existência de feições geológicas ou ecológicas que impliquem na necessidade legal de sua proteção ambiental especial.
- Comprovação da existência ou não de setores com declividades acima de 30% que impliquem restrições à sua ocupação, conforme a LEI Nº 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979, também conhecida por Lei Lehmann.
- Comprovação da existência ou não de solos ou água subterrânea com contaminação química ou biológica impeditiva da livre ocupação da área.
- Avaliação da existência de processos erosivos ou de deslizamentos que demandem necessidade de serviços de estabilização geotécnica.
- Comprovação ou não, para terrenos calcários, da existência de cavernas subterrâneas (terrenos cársticos).
- Verificação se o terreno ocupa faixa litorânea sujeita a avanços naturais do nível do mar ou ação sazonal de marés e ressacas.
- Comprovação da existência ou não de camadas argilosas com potencial de gerar problemas construtivos geotécnicos, como rupturas e recalques.
- Comprovação da existência ou não de camadas de solos colapsíveis com potencial de gerar problemas geotécnicos, como abatimentos no terreno.
- Comprovação da existência ou não de elementos ou vestígios de valor histórico-arqueológico que possam impedir ou dificultar a livre ocupação do espaço.

Álvaro Rodrigues dos Santos (santosalvaro@uol.com.br) é ex-diretor de Planejamento e Gestão do IPT e ex-diretor da Divisão de Geologia, autor dos livros "Geologia de Engenharia: Conceitos, Método e Prática", "A Grande Barreira da Serra do Mar", "Cubatão", "Diálogos Geológicos" e "Enchentes e Deslizamentos: Causas e Soluções", além de vencedor do Prêmio Ernesto Pichler da Geologia de Engenharia e consultor em geotecnia.

Fonte:PINIWEB.com.br