Sede da Odebrecht em São Paulo aposta em sistemas construtivos industrializados. Soluções permitiram driblar imprevistos técnicos e cumprir o cronograma.

Recém-inaugurado às margens do rio Pinheiros, o Edifício Odebrecht São Paulo (Eosp) irá concentrar, em um único lugar, as atividades de 16 empresas do grupo de engenharia e construção na capital paulista. Com 58 mil m² de área construída e 18 pavimentos-tipo, a torre foi projetada pelo escritório Aflalo/Gasperini Arquitetos para abrigar uma população de aproximadamente 2.500 profissionais.

Do ponto de vista arquitetônico, um dos desafios foi traduzir austeridade ao edifício, tanto em sua volumetria, quanto na aplicação dos materiais, que priorizou a busca por inovações tecnológicas e sustentáveis. "O conceito do projeto nasceu da condição de ser a sede regional de uma grande empresa e da necessidade de ter uma identidade marcante", revela a arquiteta Grazzieli Gomes Rocha, diretora de criação do escritório Aflalo/ Gasperini Arquitetos.

Ela conta que o programa deveria contemplar espaços que favorecessem a integração entre os funcionários. Por isso, além das lajes corporativas, o empreendimento conta com restaurante, auditório com capacidade para 166 pessoas, centro de cultura e praça com bicicletário. Há, também, seis sobressolos e um subsolo, com um total de 1.141 vagas.

Condicionantes como tempo e custo de obra contribuíram para o partido adotado. Em vez de construir subsolos em uma área de solo reconhecidamente complicado, os arquitetos criaram um embasamento mais alto para abrigar boa parte das garagens e áreas especiais do programa como o auditório. Tirando proveito da vista disponível na cobertura do embasamento, foram criados, nesse pavimento, uma praça elevada aberta para os funcionários e um restaurante.

O edifício ocupa um quarteirão inteiro no bairro do Butantã e sua concepção incorporou ações visando a melhor integração urbana possível com o entorno. Toda a fiação foi enterrada e, ao longo do passeio público, foram plantadas árvores para gerar sombreamento. As fachadas também foram pensadas com o objetivo de qualificar o passeio do pedestre. "O edifício possui uma forma bem limpa e regular, no qual trabalhamos com duas linguagens em L com marcações horizontais que abraçam uma pele de vidro", conta Grazzieli.

Fonte: Revista Techne