Um grupo de investigadores australianos acredita que o revestimento com tinta branca de pavimentos rodoviários urbanos poderá reduzir em, até 7ºC a temperatura média do ar nas cidades.

Os pavimentos betuminosos correntes, que constituem uma parte significativa da superfície dos centros urbanos, absorvem e conservam uma grande quantidade de calor, muito devido à sua cor escura.

De acordo com o especialista de sustentabilidade Michael Mobbs, do projeto Cool Change Cities, a utilização de betuminosos de cores mais claras ou a pintura da sua superfície de cor branca, é uma estratégia de elevada eficiência para manter, durante os meses mais quentes do ano, as cidades a temperaturas mais amenas.

Em contraste com o cinzento-escuro ou preto, a cor branca confere às superfícies de elementos construtivos, especialmente os de elevada inércia térmica, uma maior refletividade, possibilitando a diminuição dos ganhos solares.

Esta medida, defende Michael Mobbs, em conjunto com a adoção de terraços verdes em edifícios, instalação de revestimentos refletores em coberturas e outras superfícies construtivas e plantação de árvores, é fundamental para reduzir o calor nos centros urbanos e diminuir os gastos de ventilação e arrefecimento em edifícios.

Os benefícios da utilização de revestimentos refletores em pavimentos para atenuação das chamadas ilhas de calor urbanas (ICU) não tem sido, no entanto, um tema consensual.

De acordo com estudos recentemente publicados pela Universidade Estatal do Arizona, existem algumas consequências adversas na adoção deste tipo de solução. Em particular, há a possibilidade efetiva do calor ser refletido para os edifícios adjacentes, o que resultaria no aumento dos gastos energéticos de arrefecimento.

Por outro lado, nos meses mais frios, a medida poderia resultam num aumento global dos custos de aquecimento das habitações.

Outras consequências prováveis seriam, de acordo com os investigadores Jiachuan Yang, Zhihua Wang e Kamil Kaloush, a acumulação mais fácil de neve e gelo nas estradas e redução da precipitação.

Fonte: EngenhariaCivil