A falta d'água tem obrigado as pessoas a buscar novos caminhos para enfrentar o problema da preservação e do abastecimento. Em Minas Gerais, um projeto simples e eficiente recupera antigas lagoas, que voltam a funcionar como importantes reservatórios.

O secretário do Meio Ambiente de Brumadinho, Minas Gerais, identificou 800 lagoas que precisam de recuperação. São reservatórios construídos há mais de 30 anos. Com o tempo, a chuva levou sedimentos para o fundo dos lagos, que ficaram mais rasos e permitiram a fixação de plantas. Algumas espécies de plantas, como a taboa consome certa de 4,5 litros de água por dia, por metro quadrado, além de ocupar o espaço que deveria estar com água.

Alguns agricultores pensaram em fazer a manutenção da lagoa, mas a intervenção precisa ser autorizada pelo órgão ambiental. A prefeitura de Brumadinho, então, desenvolveu o projeto Lagoa Viva, que tem autorização dos órgãos ambientais e conta com recursos financeiros de uma empresa da região, para fazer a limpeza das lagoas. Estima-se que serão necessários R$ 1 milhão para que o projeto seja concluído. O custo maior do projeto é na hora da máquina que retira o material acumulado dentro da lagoa. O produtor não paga para receber a benfeitoria, mas precisa se inscrever na prefeitura e esperar em uma grande fila. São 230 agricultores já cadastrados.

Em um das áreas, todo o material retirado do fundo da lagoa está sendo utilizado para reforçar uma barragem. Mas quando sobra o material, que é rico em nutrientes, é levado para áreas degradadas com erosão e voçorocas. O reservatório ainda nem está pronto e já acumula a água das chuvas de fevereiro e recebe água de nascentes da região.

As lagoas têm um ladrão. Quando chega num nível mais alto, a água segue pela tubulação e continua o caminho natural. Além disso, existe um limite. Cada lagoa pode acumular no máximo cinco milhões de litros de água. Após a recuperação, a estimativa é que as 800 lagoas armazenarão quatro bilhões de litros de água.

Fonte: Globo Rural