O "Água Box" se tornou uma ótima alternativa para comunidades isoladas que não têm acesso à energia elétrica

Um aparelho desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) promete ser a solução de fornecimento de água potável para pessoas que vivem em locais isolados da região Norte. Isso porque o Água Box elimina 99,5% das bactérias, fungos e coliformes da água dos rios tornando-a adequada para o consumo.

O grande diferencial do purificador é que ele funciona à base de energia solar, o que possibilita a utilização mesmo em locais que não tem acesso à rede elétrica.


Segundo o pesquisador, os indígenas apelidaram o aparelho de "benção de Deus". (Imagem: Reprodução/INPA)

O processo de purificação funciona com o uso de uma lâmpada de luz ultravioleta C que fica no interior de um tubo metálico. No aparelho, são irradiados raios de luz que tornam a água adequada para beber. A bateria que acende a lâmpada é recarregada por meio de um painel de energia solar.

Para que a máquina funcione com o máximo de eficiência é necessário colocar apenas águas translúcidas, que possibilitam que a luz atravesse totalmente. Por isso, é preciso filtrar fisicamente as água de rio mais escuras, como a barrenta, por exemplo.


Até agora 56 equipamentos foram montados. (Imagem: Reprodução/INPA)

O aparelho completo, com painel solar e filtro de entrada, custa R$ 2 mil. A lâmpada e a bateria duram de três a quatro anos, e, segundo os inventores do projeto, precisam de pouca manutenção. Por dia, são filtrados cerca de cinco mil litros, que são armazenados em caixas d’água para uso das comunidades.

Segundo o pesquisador do Inpa Carlos Bueno, o objetivo do projeto é evitar mortes por contaminação e verminoses causadas pelo consumo de água não potável. Para isso serão instalados dois purificadores em cada estado da região Norte ainda este ano.


Por mais que haja muita água doce na região, há pouca água adequada para beber. (Imagem: Reprodução/INPA)

Para aumentar a produção do Água Box, o INPA assinou uma parceria com uma empresa de energias alternativas, que vai produzir o aparelho em larga escala. Além disso, há o apoio do Exército para desenvolver o "Homem Água", que é um modelo ainda mais compacto do purificador que cabe dentro de mochilas. A intenção é ajudar soldados em treinamentos na selva, que vão poder usar o sistema com facilidade.

Também para os próximos equipamentos, o instituto está desenvolvendo um projeto de filtro natural feito com sementes de plantas e tubos de PVC. O novo produto vai ajudar a tirar o cheiro da água e a torná-la mais rica em minerais.

Fonte: Deixaqueeumanjo