Certamente, muitas pessoas se perguntaram como foi possível construir uma ponte em meio a uma imensidão de água ou como aquela estrutura se mantém firme em um ambiente aquático. A realidade é que para uma ponte ser executada de maneira adequada o profissional da engenharia precisa ter um conhecimento aprimorado sobre o assunto e utilizar métodos específicos para essa construção.


Para a construção dos pilares de uma ponte podem ser utilizados dois tipos de alicerces, sendo eles: os tubulões e os caixões.


Tubulões


Este tipo de fundação profunda é composto por segmentos de seção circular. A execução desta obra é feita pela escavação de um fuste cilíndrico e de uma base, que costuma ser alargada em formato de cone. As fundações têm armação de aço e seus segmentos são concretados in loco. De maneira geral, os tubulões possuem no mínimo 70 cm de diâmetro e normalmente são usados para obras de carga elevada como pontes, viadutos e edificações de grande porte.

Os tubulões são tubos metálicos, com até 3 metros de diâmetro, sua ponta é encravada no fundo do mar. Após isso, a água do interior é bombeada para fora. Um sistema de ar comprimido mantém o interior seco para permitir que se escave por ali a base na qual se assenta o tubo.

Conforme a escavação prossegue, o tubo vai penetrando no solo. Até que, em certo ponto, a base é alargada para sustentar melhor o alicerce. Dessa forma, o tubulão é enchido com concreto e sobre ele se constrói um bloco, também de concreto, que servirá de base para os pilares de sustentação da parte plana da ponte, chamado de tabuleiro.

Caixões


São estruturas de aço ou concreto armado, dentro das quais o terreno é escavado e os pilares, edificados como se faz com os tubulões. Geralmente, essas pontes são construídas em locais próximos ao continente, onde a profundidade da água varia em torno de 50 metros.

O passo a passo da fundação submersa


1º - Terraplanagem e escavação preliminar


Para executar qualquer fundação, independente de ser ponte ou não, é feito um mapeamento geotécnico. Esse trabalho começa realizando a terraplenagem do local. Em seguida, é feita uma escavação preliminar, a céu aberto, onde se executa um poço, entre 1,5 m e 2 m de profundidade, de apoio ao assentamento das fôrmas. As escavações para executar o tubulão podem ser feitas manualmente ou mecanicamente, com um trado mecânico.

2º - Instalação das fôrmas e montagem das armaduras


No poço primário, é montado uma fôrma circular metálica ou de madeira e em volta da mesma é armada a ferragem do tubulão. Com a armação pronta, é instalada uma fôrma circular externa. Os diâmetros variam conforme o projeto. O comprimento desse primeiro segmento costuma ser em torno de 4 metros, sendo em torno de metade dentro do poço e metade acima do nível do terreno.

3º - Concretagem da primeira sessão


Nessa etapa, é feita a concretagem da camisa, ou seja, o espaço entre as fôrmas interna e externa. Após a concretagem e a cura do concreto, faz-se a desenforma interna e externa. Na extremidade superior da camisa de concreto são fixados chumbadores para acoplar a campânula usada para comprimir o ar.

4º Escavação sob ar comprimido


Com o primeiro segmento tubular concretado, é montada a campânula sobre o tubulão em execução. A partir daí, os trabalhos de escavação são feitos sob ar comprimido, avançando normalmente em trechos de 1 m a 1,5 m. A campânula é retirada para concretagem de novos segmentos do tubulão e cada segmento é executado com a mesma composição de armação e de fôrmas internas e externas. A sequência concretagem-escavação-concretagem é repetida até que se atinja a profundidade prevista em projeto ou determinada pela inspeção.

Campânula de ar comprimido


Neste caso, a campânula possui várias peças que são presas umas com as outras por meio de parafusos, porcas, arruelas e vedações. Uma vez montada, a câmara é pressurizada com compressores. Ela também tem função de segurança para os profissionais, pois, é pela câmara que os operários passam pelo processo de compressão e descompressão para poderem trabalhar sob ar comprimido.

5º Alargamento da base


Com o assentamento do tubulão inteiramente pronto, é feita a inspeção do terreno. Caso a capacidade de carga, de resistência, entre outros fatores sejam atendidas, pode-se então expandir a base. Na maioria dos casos, usa-se base alargada para melhor aproveitamento da capacidade resistente do terreno. Após o alargamento, uma nova vistoria é feita para conferir as dimensões e verificar a armadura da base. Por fim, é feito o preenchimento com concreto, sem remoção da campânula.

6º Concretagem da base


O concreto é introduzido na campânula por meio do "cachimbo" de concretagem. Após o preenchimento da base, a execução do tubulão é encerrada. Ele deve permanecer comprimido durante seis horas após a concretagem da base.

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Fonte: Meia colher

Imagem: 123RF